segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tire suas dúvidas sobre os movimentos 'no poo' e 'low poo'

Dra. Tatiana Steiner para o Portal Saúde Plena

Principal filosofia dos adeptos é adotar lavagem sem determinados produtos que podem deixar fios duros, opacos e couro cabeludo irritado.

Um movimento que nasceu na internet, mais precisamente nas redes sociais, vem deixando de lado os xampus tradicionais e abusando de produtos menos agressivos para os cabelos e o couro cabeludo. Seja cacheado, crespo, liso, colorido ou natural, o método No/low poo vem ganhando seguidoras por todo o mundo, inclusive entre as brasileiras. Grupos surgiram nas redes sociais como o No e Low poo Iniciantes, que já tem quase 160 mil participantes. Os mineiros também não ficaram de fora e criaram o No/low Poo – Belo Horizonte e Região, com mais de 2 mil seguidores. E o movimento não inclui apenas mulheres. Os homens também fazem parte.
Desenvolvido pela inglesa Lorraine Massey, fundadora de uma marca de produtos para cabelos ondulados, cacheados e crespos, o método se popularizou após a publicação do seu best-seller: Curl girl. A obra, que chegou ao Brasil com o título O manual da garota cacheada, ensina como identificar o tipo de cacho e como utilizar os métodos No poo e Low poo, com o objetivo de evitar o ressecamento dos fios causado pela presença de substâncias conhecidas como sulfatos nos produtos capilares.

A nomenclatura em inglês poo significa xampu. No quer dizer não e low, pouco, baixo. Em português, o significado é sem xampu e pouco xampu, respectivamente. Os que aderem ao No poo eliminam o uso do xampu de forma radical e utilizam um condicionador de composição leve para a limpeza. Ou seja, a lavagem dos fios é feita apenas com alguns tipos de condicionadores, técnica chamada Co-wash. Outra opção para as que desejam o cabelo com limpeza mais natural é o Low poo, que usa produtos sem sulfato ou com baixo teor da composição para a lavagem.

A dermatologista Tatiana Steiner, do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que nos xampus tradicionais são encontradas substâncias como surfactantes, perfumes, conservantes, espessantes e agentes condicionadores como lipídicos, ácidos carboxílicos e silicones. Os surfactantes são agentes detergentes, divididos em quatro tipos: os aniônicos, que propiciam limpeza profunda, porém, deixam os fios duros, ressecados, opacos; os catiônicos, indicados para cabelos secos e danificados, que propiciam limpeza fraca, fazem pouca espuma, deixando os fios macios e maleáveis; os não iônicos, que oferecem limpeza leve; e o anfotérico, de limpeza moderada. 

“Os xampus e tratamentos químicos aumentam a carga eletrostática dos fios (carga negativa), o que é compensado pelo rinse (carga positiva). Isso gera acúmulo de resíduos na cutícula, que aumenta a eletricidade estática do cabelo, elevando as escamas e dando aspecto esvoaçante, difícil de pentear, de aparência desagradável. Além disso, o ácido graxo dos condicionadores e xampus condicionantes se liga ao cálcio e magnésio do chuveiro e se depositam na fibra capilar”, explica.

LIMPA TUDO 
E por que as técnicas de No poo e Low poo ponderam o uso do sulfato? Os sulfatos são os principais “detergentes” encontrados nos xampus. São eles que realizam a limpeza mais profunda dos fios e do couro cabeludo, sendo os responsáveis pela formação da espuma que solubiliza as impurezas e permite que elas sejam removidas no enxágue com água.

PONDERAÇÕES 

Tatiana Steiner afirma: “É importante considerar que cada indivíduo é único e pode ter várias particularidades, portanto não dá para generalizar dizendo que essa técnica realmente trará bons resultados a todos que a praticam.”

Ela explica que as técnicas podem não limpar o couro cabeludo de forma ideal, podendo causar ou piorar um quadro de dermatite seborreica em pessoas que apresentam tal predisposição para esta inflamação da pele, no caso no couro cabeludo. Ela pode causar caspa, excesso de oleosidade e irritação no couro. “No caso de indivíduos que transpiram muito ou fazem muita atividade física, esses produtos podem não remover o suor e não limpar o couro adequadamente”, ressalta Tatiana, que recomenda uma consulta a um médico dermatologista antes de iniciar qualquer tipo de procedimento.
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