terça-feira, 3 de março de 2015

HIPERIDROSE

O suor é um liquido produzido pelas glândulas sudoríparas da pele para manter a temperatura do corpo, pois como animais de sangue quente, nossa temperatura deve ficar entre 36 e 42 graus Celsius.  A quantidade de suor produzida por uma pessoa varia segundo a idade, sexo, raça e local de moradia. Os estímulos que influenciam as glândulas sudoríparas são: calor externo, exercício físico, vários tipos de doenças e alterações emocionais.

Um aspecto interessante, e que deve ser lembrado, é que o suor propriamente dito assim é eliminado da glândula sudorípara, não apresenta nenhum odor. Mas, à medida que ele permanece na pele há um crescimento de bactérias provocando um cheiro desagradável. Na verdade existe um paralelo, quanto maior a quantidade de suor, mais intenso será o odor, porque as bactérias vão crescer com mais facilidade e intensidade.

A hiperidrose é a produção excessiva do suor que atrapalha a autoestima e até diminui a vida social da pessoa. A sudorese excessiva pode ocorrer nas axilas, deixando a roupa manchada, com cheiro mais forte, ou pode acontecer nos pés ou nas mãos. Neste último caso, as mãos ficam constantemente molhadas, dificultando a realização de determinados tipos de trabalho, como escrever, digitar, etc.
A hiperidrose pode ocorrer como consequência do hipertireoidismo, de distúrbios psiquiátricos, de menopausa ou da obesidade. O inicio dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente, podemos encontrar histórico familiar. Mas em geral, não há doenças associadas à hiperidrose, e ela está ligada a uma tendência pessoal ou a uma situação de estresse com muita ansiedade.

Pacientes com hiperidrose devem ser sempre investigados quanto as suas causas. Ocasionalmente, uma doença sistêmica pode ser a responsável pelo surgimento desta afecção, e por meio de exames cuidadosos, a causa poderá ser conhecida, facilitando assim o tratamento. Uma vez descobertas às causas da hiperidrose, sejam elas sistêmicas ou locais, as opções de tratamento dependerão da severidade e do local do problema, bem como de seu impacto nas atividades diárias do paciente.

O tratamento da hiperidrose passa pela utilização de desodorantes e antiperspirantes. Desodorante é o nome genérico do produto utilizado para evitar o cheiro forte do suor. O desodorante especificamente não interfere na quantidade de suor, mas sim no odor. Eles são formulados a base de agentes bactericidas ou bacteriostáticos, que impedem o crescimento das bactérias e, portanto, diminui e o cheiro do suor. Desodorantes antiperspirantes ou antitranspirantes são formulações utilizadas no local (pele) para diminuir a produção de suor. Por definição um produto antiperspirante é designado como um produto que inibe a produção da glândula sudorípara no local. Diminuindo o suor no local, o antiperspirante também inibe o mau odor, pois havendo menos suor também haverá menos odor. Para um produto ser chamado de antiperspirante ele precisa diminuir mais que 20% da produção de suor da glândula sudorípara.
A hiperidrose axilar pode responder a antiperspirantes potentes, como os sais de alumínio ou zinco, por oclusão dos dutos sudoríparos. Já os desodorantes contém perfumes e agentes antibacterianos no intuito de mascarar odores considerados desagradáveis.

Outra opção de tratamento para hiperidrose é o uso da toxina botulínica que é uma substância derivada de uma bactéria, que é utilizada como medicação em vários tipos de doenças e até para fins estéticos. Essa toxina bloqueia a ação da acetilcolina, que é necessária para a sudorese. Ela é aplicada com agulha ponto a ponto, em toda região das mãos e dos pés, e se for o caso, nas axilas. Com o bloqueio da acetilcolina há uma suspensão de cerca de 80% da sudorese nos locais onde a toxina é aplicada, sem causar nenhum efeito colateral, uma vez que a pessoa continua suando no restante do corpo. Na realidade, o tratamento inibe o excesso de suor que prejudica a pessoa e tem duração de em média de 8 meses.
Em alguns casos, a sudorese é tão copiosa que as medidas já relacionadas não funcionam, fazendo-se necessária a medicação sistêmica, combinada ou não com agentes tópicos.
A hiperidrose axilar pode ser tratada por cirurgia, onde as glândulas sudoríparas locais são retiradas por curetagem. Também há técnicas de radiofrequência que preconizam destruir a glândula pelo calor local. São feitas de 4 a 6 sessões semanais ou quinzenais. As sessões duram cerca de 15 minutos e liberam muito calor no local.
Confira o artigo completo da Dra. Denise Steiner – CRM 36.505, no campo "Artigos-Novidades".