segunda-feira, 28 de março de 2016

Dermatite Atópica em Bebês e Crianças

Olá meninas, a dermatite atópica é um problema que pode atingir muitos bebês e crianças, por isso, pedimos para a médica dermatologista Tatiana Aline Steiner, que estreia como colunista do blog Mamãe Prática, explicar pra gente todos os detalhes sobre essa doença da pele. Com a palavra, a Dra. Tatiana, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD):
Dermatite atópica em bebês e crianças
Se a pele de seu filho frequentemente está seca, irritada, sensível e toda empipocada, com coceira e seu filho ainda apresenta um quadro de alergia respiratória, fique atenta porque ele pode sofrer de um distúrbio comum chamado dermatite atópica. Neste post vamos entender suas características, manifestações, tratamento e, principalmente, como preveni-la!
A dermatite atópica é uma doença da pele inflamatória, crônica, que apresenta lesões que coçam muito e às vezes formam crostas ou descamam. Ocorre em crianças que são atópicas. Mas, o que é isso? A atopia é uma condição adquirida por herança genética e comumente está associada a algum quadro respiratório como asma, bronquite e rinite alérgica. Não é, portanto, uma alergia passageira; é um problema constante, que alterna crises e momentos de melhora. Sua incidência é alta e atinge bebês e crianças do mundo inteiro! Inicia-se nos seis primeiros meses de vida em 45% dos bebês; durante o primeiro ano em 60% das crianças, e antes dos 5 anos pelo menos 85% das crianças são afetadas.
As crianças atópicas têm a barreira de proteção da pele deficiente, um sistema imunológico reativo, ou seja, que responde com mais intensidade a estímulos e fatores alérgenos (todos os agentes que podem causar alergia), além de extrema sensibilidade a praticamente tudo que entra em contato com a pele, que fica seca, sensível, irritada e com tendência a lesões. Essas crianças têm maior chance de processos alérgicos, infecções virais e micoses.
É importante esclarecer a todos que convivem com a criança atópica, inclusive na escola, que não é uma doença contagiosa e que o convívio deve ser normal.
Sintomas
A principal marca da dermatite atópica é a pele extremamente seca. Na fase aguda aparece a lesão típica da doença: o eczema. O eczema atópico caracteriza-se por lesões inflamadas, avermelhadas, que coçam, descamam e às vezes têm secreção.
As mães devem observar cuidadosamente a pele de seus bebês e perceber estas características. Os bebês tendem a coçar à noite e a inflamação fica pior no dia seguinte. Quanto mais o pequeno colocar a mão, pior será a coceira e maior a chance de infecções.
Ao notar os sinais, é preciso levá-lo a um especialista para diagnóstico e tratamento adequado. A forma como as lesões aparecem pode ser dividida em duas fases principais:
Infantil (até 2 anos): 
Os bebês normalmente desenvolvem a inflamação no terceiro mês de vida. Há muita coceira, lesões vermelhas, crosta, secreção e vesículas (pequenas bolinhas). É mais comum nas bochechas e queixo.
Pré-puberal (de 2 a 12 anos): 
As lesões comprometem mais as dobras, joelhos, ombros e pescoço. Após a adolescência, as lesões atingem qualquer parte do corpo e podem comprometer a face.
A dermatite atópica pode persistir a vida toda, mas há resolução em aproximadamente 50% das crianças por volta de 18 meses e 60% dos casos tendem a desaparecer na vida adulta.
Fatores desencadeantes
O aparecimento dos dentinhos, infecções respiratórias e estresse emocional podem influenciar o curso da doença. Outros fatores de gatilho para agravamento do quadro são:
  • Animais de estimação
  • Pó, ácaros, mofo e plantas
  • Produtos químicos e solventes
  • Fragrâncias e corantes
  • Tecidos sintéticos e lã
  • Alimentos (como leite, ovos, trigo e/ou amendoim)
  • Mar e piscina
  • Banho quente
  • Clima muito frio ou muito seco, calor e suor
  • Mudanças bruscas de temperatura
  • Poluição e fumaça
Tratamento
O tratamento visa restaurar as funções protetoras da pele que são deficientes na criança atópica. A pele precisa de água e lipídeos (óleos) para restaurar a barreira natural. Por isso, a hidratação é importante e deve ser diária, mesmo quando não há lesões.
Sempre que se fala em hidratação é o uso do creme na pele, de preferência aplicado até 3 minutos após o banho. Para bebês, recomenda-se hidratantes próprios para a pele delicada. Há vários hidratantes de alta qualidade no mercado e muitos específicos para crianças atópicas. Além disso, a hidratação por meio daingestão de água também deve ser estimulada para melhorar a qualidade da pele.
Nas crises, são utilizados medicamentos com ativos específicos prescritos pelo dermatologista, como corticosteroides, antibióticos e anti-histamínicos. Quando utilizados corretamente e sob orientação médica, o tratamento melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Viver com dermatite atópica é uma tarefa desgastante. Bebês e crianças sofrem com o ressecamento e a coceira, que originam irritabilidade e sono intranquilo. Mas pequenos atos no dia a dia podem ajudar drasticamente:
  1. Hidratação DIÁRIA: no mínimo 2 vezes ao dia (incluindo após o banho).
  2. Um banho por dia, rápido e em temperatura MORNA (no máximo 35 graus). NUNCA 2 banhos! Prefira chuveiro à banheira.
  3. Utilizar água termal nas áreas secas e irritadas.
  4. Não utilizar sabonetes antissépticos e buchas.
  5. Utilizar sabonetes hidratantes específicos apenas nas partes íntimas. Não passar no corpo todo.
  6. Nunca utilizar tecidos sintéticos e lã diretamente na pele.
  7. Retirar carpetes e cortinas dos ambientes.
  8. Usar protetor de colchões e de travesseiros e lavá-los semanalmente.
  9. Usar roupas íntimas de algodão e sem elástico aparente.
  10. Parar o uso de maquiagem, esmaltes, produtos com álcool e cosméticos em geral.
  11. Manter a unha curta para evitar infecções; em bebês, colocar luvinhas.
  12. Seguir a orientação do especialista; nunca automedicar seu filho!
  13. Nunca utilizar fórmulas e receitas caseiras.
  14. Hidratar, hidratar!
Se o seu filho tem dermatite atópica, ele é a principal pessoa que deve entender e conhecer sua condição. Recomendo aos pais orientá-lo desde cedo. Aos poucos, a rotina de cuidados começa a fazer parte da vida e se torna um hábito, fazendo a diferença para que a criança aproveite mais as brincadeiras e seu dia a dia.
Selar uma parceria com o dermatologista, afastar os fatores desencadeantes, ensinar o hábito da hidratação e tratar corretamente quando indicado são pontos cruciais para ajudar os pequenos que sofrem com este problema.
Dermatologista Tatiana Steiner dermatiteCom seu olhar de mãe e médica, a dermatologista  Tatiana Aline Steiner participa do blog com conteúdos para ajudar nós, mamães, diante dos desafios da maternidade, como quando nossos pequenos ficam doentes. Tatiana é mãe da Lorena, de 7 anos, e do Bruno, de 4 anos, além de ser diretora técnica da Clínica DSkin – Unidade de Tratamentos e assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Matéria completa no link:
http://mamaepratica.com.br/2016/03/24/dermatite-atopica-em-bebes-e-criancas/

quarta-feira, 2 de março de 2016

Movimento contra uso de xampu ganha força, mas médicos fazem ressalvas

Milhares já aderiram ao ‘No Poo’, acreditando que método melhora aspecto de cabelos

POR CLARISSA PAINS
28/02/2016 7:00 / atualizado 28/02/2016 11:11
 
 
A blogueira Mariana Morena é adepta do método “No Poo” e só usa no cabelo condicionadores com anfótero - Ana Branco / Ana Branco.


Quando lava os cabelos, Mariana Morena segue um ritual que ainda gera estranhamento em muitas pessoas: o xampu passa longe dos seus fios, que são tratados apenas com condicionador. A técnica, chamada de co-wash — abreviação em inglês para “lavagem condicionante” —, é utilizada por parte das seguidoras do método “No Poo”, referência a “sem xampu”. Esta prática começou a crescer nos EUA com o best-seller “O manual da garota cacheada”, lançado pela cabeleireira Lorraine Massey e traduzido para o português em 2015. A partir de então, observou-se uma explosão de adeptas no Brasil. Hoje, há vários grupos no Facebook. O maior deles, “No e Low Poo Iniciantes”, tem mais de 142 mil membros.
 
O livro também apresenta o método “Low Poo”, que prega o uso de xampu sem sulfatos — ou, pelo menos, o uso de sulfatos apenas uma vez por semana ou quinzena. A explicação é que, por terem grande poder de limpeza, os sulfatos acabam retirando, junto com a sujeira e a gordura, a proteção lipídica do cabelo. Isto o tornaria mais ressecado, e, caso os fios já sejam naturalmente pouco oleosos, o condicionador pode não ser capaz de repor nutrientes perdidos. Assim como no caso do “No Poo”, acredita-se que esse método melhora o aspecto de cabelos secos. Especialistas, porém, fazem várias ressalvas.

Cargas elétricas diferentes
Especialistas, no entanto, são quase unânimes em afirmar que o papel do condicionador não é o de higienizar, porque o produto tem uma carga elétrica diferente da do xampu. Segundo a médica Tatiana Steiner, do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os sulfatos presentes em muitos xampus realmente aumentam o ressecamento dos cabelos, mas uma boa alternativa para isso é diluir em água xampus com sulfato ou optar por produtos sem a substância. Abolir de vez funciona para poucas pessoas, diz ela.
— Se o cabelo for, de fato, muito seco, é possível ter bom resultado lavando só com condicionador, desde que tenha o anfótero. Mas funciona para um tipo de cabelo bem específico. É o mesmo raciocínio que usamos para a pele: se alguém tem o rosto muito seco e usa sabonete antisséptico, vai ressecá-lo ainda mais, então não será bom — explica Tatiana.
Matéria completa ao portal Globo com participação da Dra. Tatiana Steiner no link: