Antigamente
conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, causada
pela bactéria mycobacterium leprae, chamada de bacilo de Hansen, em homenagem
ao seu descobridor. De acordo com a médica dermatologista Tatiana Steiner,
membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médica colaboradora do
Setor de Dermatologia da Universidade de Mogi das Cruzes, o diagnóstico correto
e precoce é importante, pois a doença tem potencial incapacitante. “O
diagnóstico se baseia no que chamamos de anamnese, considerando o histórico
familiar do paciente, análises clínicas de laboratório e exame físico completo,
avaliando as lesões de pele que se manifestam muitas vezes com perda da
sensibilidade”, explica a médica.
A transmissão da Hanseníase acontece pela
eliminação do bacilo através da respiração ou fala (espirros e tosses também
são perigosos), embora nem todas as pessoas tenham a hanseníase na forma
contagiosa. “Quando se começa o tratamento, todo paciente deixa de transmitir a
doença, por isso a importância do diagnóstico precoce”, reforça a
dermatologista.
“A maioria das
pessoas tem resistência natural ao bacilo e não adoece”, explica a médica. O
tratamento, segundo ela, é feito através de uma combinação de medicamentos,
fornecidos gratuitamente pelo SUS. ”Além dos medicamentos específicos, os
cuidados incluem o tratamento das reações e das sequelas, como a dor
neuropática e reabilitação física”, conclui Tatiana Steiner.
A forma de
apresentação da hanseníase pode variar bastante e o tempo entre o contágio e o
aparecimento dos sintomas pode ser de dois até 05 anos. De acordo com a
especialista, vale estar atento ao aparecimento de manchas esbranquiçadas,
avermelhadas ou amarronzadas na pele, que não coçam, mas parecem estar um pouco
dormentes, com sensação de formigamento e diminuição da sensibilidade ao calor,
frio e ao toque. “A principal dica é sempre procurar ajuda do médico
dermatologista para esclarecer qualquer dúvida ligada à pele”, reforça a
médica.
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